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quarta-feira, setembro 12, 2012
sábado, abril 28, 2012
Da cultura, do turismo… e uma espécie de ida a lugar nenhum
Em Guarulhos, São Paulo, a caminho de Maringá, Paraná, lembrei-me
do turismo. Do nosso turismo. Da sua sustentabilidade ou tentativa de… e da
arte. Coisas que fui vendo e pensando pelo caminho.
Não sendo uma novidade, exposições de arte nos aeroportos
(nas estações de metro no caso lisboeta) poderá ser visto como uma forma de
promoção turística do país e seus artistas. Não falo das lojas existentes nos
aeroportos das ilhas, com produtos caríssimos, logo, comerciais, numa espécie de
“fastfoodização” da arte nacional. Falo de feiras mensais (tipo os organizados
ultimamente pela CMP) de artesanato de artistas desconhecidos. Eles agradecem,
o país sai a ganhar e oportunidades poderão ser abertas a talentos jovens de
expor seus produtos a preço de feira. Ao invés da arte do bang-bang nos bairros
periféricos.
E agendas culturais (em papel ou virtual, já que somos o
tal país moderno, do mundo novo e demais coisas digitais) nos aeroportos e
portos ajudavam muito a economia nacional… houve uma época, há uns anos, que eu
e mais quatro colegas propusemos coisa do tipo na Assomada, em algo chamado na
altura de Plano Estratégico da Cultura. Associação cultura/turismo. Parceria
Ministério da Cultura/Ministério tutelar do turismo. Só que da coisa nunca mais
se soube nada… nem nós.
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Alcatrazes e a morte lenta da memória colectiva
Alcatrazes, localizada na parte oriental da ilha de Santiago, apesar do estatuto de vila no século do achamento e sede da capitania do norte (Ribeira Grande era a sede da capitania do sul), por situar-se numa região agreste, pouco favorável à agro-pecuária e ao comércio marítimo, teve uma existência breve e apagada, declinando-se já na segunda metade do século seguinte ao achamento, devido ao abandono dos seus habitantes que, desde 1513, tinham começado a transferir-se, inicialmente, para Ribeira Grande e, posteriormente, para Praia - nova sede da capitania do norte.
Em 2007, visitei pela primeira vez a localidade acompanhando um colega historiador em missão académica e revoltoso foi ter encontrado um dos patrimónios históricos do país em completa deterioração. Apesar da tentativa nos anos de 1970 do então padre responsável pela igreja, António Cachada, de restauração da mesma, na época da minha primeira visita, restavam apenas escombros da antiga igreja. Ao lado, uma nova igreja era construída ao lado da velha, dando lugar a uma aberração arquitectónica e a morte lenta da memória colectiva do lugar.
Hoje, numa total cegueira arquitectónica, alguém lembrou-se de vestir as paredes antigas de cimento. Situações do tipo mostra a falta de visão histórica, cultural e turística dos responsáveis e promotores desta terra, visto que, patrimónios desses deveriam ser preservados e transformados em espaços turísticos obrigatórios para estrangeiros e, sobretudo, nacionais.
Devemos começar a preservar o nosso património cultural e a partir de uma filosofia de turismo comunitário, reinventar circuitos turísticos alternativos ignorados pelas agências turísticas que operam por estas bandas. Penso que só assim podemos começar a inovar no sector e a falar de turismo sustentável.